Como organizar o arquivo mental

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LOGOSOFIA PRÁTICA

Como organizar o arquivo mental

Tomemos, por exemplo, um pensamento a que demos vida porque o consideramos útil ou, suponhamos, porque nos trará satisfação conviver com ele, ainda que não venhamos a ter necessidade de nos servir dele em todos os momentos. Nós o colocamos no arquivo mental, quer dizer, o situamos num lugar proeminente de nossa chamada “memória”, ou seja, da faculdade de recordar. E assim vamos colocando, um após outro, todos aqueles que são úteis e que haverão de nos servir em cada uma das circunstâncias em que maior necessidade tenhamos deles para cumprir uma atuação feliz.

No mundo comum, ocorre que esses pensamentos são amontoados no recinto mental, na confiança de tê-los à mão ao chegar o momento de utilizá-los, em vez de serem cuidadosamente ordenados, como num arquivo. Porém, chega o momento de fazer uso de um deles, e a maioria das pessoas, ao ir em sua busca, não o encontra, ou demora tanto a achá-lo entre os demais, que no final não pode empregá-lo.

Em Logosofia o caso é muito diferente, porque eles podem ser colocados no recinto mental, classificados numa ordem e, chegada a oportunidade, pode-se recorrer a eles e encontrá-los rapidamente, a fim de utilizá-los com inteligência. Pois bem; como tais pensamentos são passíveis de aumentar de acordo com a capacidade que se vá alcançando – capacidade em espaço mental, entende-se –, deve-se tê-los sempre em movimento; tomar um ou outro, segundo a situação, para que nos sirva num suposto caso que lhe apresentemos; por exemplo, um caso em que poderia nos servir para solucionar um problema, quando faremos com que o pensamento eleito para o dito exercício se ponha em atividade e cumpra seu objetivo. Se essa prova se fizer duas, três, cinco, dez, quinze vezes, será conseguida uma grande flexibilidade mental, e teremos toda a segurança de que, depois, ao menor movimento de nosso pensamento motor, a imagem que queremos recordar acudirá por si e de imediato a nosso chamado, sendo possível utilizá-la com toda a facilidade.

Isso é o que muitas vezes tem surpreendido e assombrado o espírito das pessoas, quando, na presença de alguém que possui uma vasta cultura mental, observa essa forma instantânea de atuar com os pensamentos. Tal acontece justamente porque se teve a precaução de ordenar esse grande arquivo que existe na mente, organizando-o de tal modo que, constantemente, todos os pensamentos são postos em atividade, tomando a uns e a outros para que participem desse contínuo jogo de treinamento, como meio mais eficaz de tê-los sempre dispostos e prontos para servir.

Há mais, porém: podemos ter na mente um pensamento de determinada natureza que vamos utilizar, servir-nos dele; se, porém, em vez de empregá-lo conforme sua natureza, conforme o fim a que está destinado, o utilizamos para outro fim, como faz a maioria, isso dará origem a um movimento de resistência do pensamento dentro da própria mente e, também, na dos demais, existindo casos em que até se produzem perturbações e consequências que depois devem ser lamentadas.

Vejamos um exemplo: encontrando-nos num momento de necessidade, recorremos a alguém à procura de ajuda; expomos, com auxílio de pensamentos que configuram tal necessidade, a situação em que nos encontramos e obtemos o que pedimos. Esse pensamento cumpriu sua missão e alcançou com êxito o objetivo perseguido; entretanto, se queremos sem necessidade alguma utilizá-lo para aproveitar da boa-fé de alguém, tratando de conseguir o que na outra situação era lógico e razoável, isso produzirá um movimento de resistência numa e noutra mente, ocasionando desgostos e incômodos inúteis. É que se terá utilizado esse pensamento não para aquilo a que estava destinado, mas sim para um fim mesquinho, ou um fim que não era, precisamente, aquele que lhe fora assinalado quando ele foi posto no arquivo mental.

Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)

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